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No panorama português, tem-se verificado uma grande proliferação de associações empresariais. Atualmente, existem 13 confederações e cerca de 1000 federações, Câmaras de Comércio e Indústria e associações empresariais.
Para além de haver um número excessivo de associações face à dimensão do país, estas são pouco organizadas, têm pouco peso e muitas não são apoiadas pelo Estado. Também a falta de capacidade da grande maioria para desempenhar convenientemente o seu objeto social, a disputa na angariação de associados, bem como a sua incapacidade em estabelecer diálogo com os diferentes órgãos da administração pública fazem com que grande parte dos empresários não se identifique com estas associações, encarando-as como mais uma despesa. As próprias associações vêem-se mais como concorrentes do que propriamente complementares. Daí que o associativismo empresarial nacional não possua uma boa imagem.
Se uma associação de empresários tem como objetivos representar, promover e apoiar os negócios dos seus associados, sejam eles empresas ou empresários em nome individual, é deveras importante fazer com que todos se mobilizem e desenvolvam capacidades organizativas, no intuito de defenderem objetivos comuns. Só através da conjugação de esforços, com propósitos definidos, o associativismo surge como elemento democratizador, levando a que a sociedade civil tenha uma maior participação nos processos e nas decisões, sejam eles a nível económico, social ou cultural.
De facto, só é possível ter associações empresariais fortes se se puder contar com um tecido empresarial forte. De igual forma, também empresas fortes requerem um movimento associativo de peso, enquanto grupo de pressão, com capacidade de influência e de intervenção na definição de políticas que, direta e indiretamente, influenciem a atividade empresarial.
Num mundo em constante mudança, tal como as empresas, também as associações têm de, inevitavelmente, se adaptar às crescentes exigências com que se vão deparando, inovando, criando mais valor para os seus associados, permitindo-lhes percecionar um maior retorno face ao investimento realizado.
Por tudo isto, deve repensar-se o associativismo empresarial português, de maneira a que tanto as empresas como as associações que as representam não deixem de se focar numa estratégia que lhes garanta sustentabilidade, reforçando a sua influência e intervenção na defesa dos interesses das empresas. Para tal, há que reinventar novos modelos de atuação, há que criar serviços que acrescentem valor e, acima de tudo, há que funcionar em rede, cooperando e estabelecendo parcerias, trabalhando-se de forma mais próxima com as empresas.